Inspirare... Joana Rodrigues
A Mensageira
Textos
Doca
     No dia 16 de Janeiro de 1943, há setenta anos passados, nascia Doca. Foram tempos difíceis; tempos, em que o trabalho árduo e as dificuldades, sempre se faziam presentes, como companheiros inseparáveis do homem da zona rural.
     Para seu Né e dona Sinhara, aquele 16 de Janeiro foi especial, a sua família ganhava mais um membro; a alegria era muita, em receber aquele menino robusto, de olhar inquieto e ligeiro, com jeito de menino ‘arteiro’; daqueles meninos que, desde sempre, demonstram sua alegria contagiante: Com mania de fazer rir até em velório; é tão alegre que, se a gente não o conhece, pode jurar que ele está ‘bêbado’, pois, ele é capaz de animar uma festa, sem tocar num gole de bebida. Doca pode ser tudo nesta vida, menos triste, ou amofinado; onde ele estiver, ali reina a alegria.
     Aprendeu cedo, a lutar pela sobrevivência, a fazer dos seus instrumentos de trabalho, os seus brinquedos; porque menino da roça brinca com enxada, facão, roçadeira, balaio, alforje... Ainda assim, nunca se deixou abater por tristezas, soube disfarçar suas lágrimas, quando precisou chorar; mas, como homem que se fazia, retirava do suor do seu rosto o seu sustento e o seu lazer.
     Doca aprendeu a ser parceiro dos seus irmãos, e com eles, praticou a regra da existência: Plantou para colher depois, isto, no dia-a-dia, e pela vida inteira. Soube aproveitar na sua vida, tudo que teve direito: Brincou em dias de chuva, mergulhando em poças d’água; em dias de sol, banhou-se em cachoeira, quando tinha, quando não tinha, contentava-se com o poço, ou com as vazantes e olhos d’água, como fazem os meninos saudáveis.
     Este homem é: Um grande homem, um exemplo de marido, para dona Carmeci, a sua alma gêmea, presente que Deus lhe reservou nesta vida; com quem este mesmo Deus, lhes concedeu sete filhos: Dedé, Djalma, Neilton, Lailton, Dailton, Vanda e Biá; e estes, foram seus motivos maiores, para que a sua luta continuasse ainda mais necessária; porque, a sobrevivência a cada dia, lhe pesava muito mais.
     Do seu jeito, amou e ama seus filhos. Apesar de não ser letrado, usou para ensinar-lhes, a sabedoria, que a sua própria vida lhe deu, ainda que, muitas vezes, por não ter jeito com as palavras e os gestos, tenha magoado seus filhos; mas, os pais são assim mesmo, eles não medem os caminhos para ensinar aos seus filhos a serem honestos, a conquistar os seus sonhos, com o seu esforço, e desfrutar do fruto do seu trabalho, com moderação. Ensinou-lhes ainda, que ser honrado é uma grande riqueza, e ser respeitado pelos seus atos e pelas suas conquistas é uma obrigação de todo ser humano.
     Doca é um homem comum, mas, não é todo mundo que tem a sorte de reunir seus filhos, e perceber que, não foi em vão o seu esforço para criá-los e educá-los, e, o melhor de tudo, é saber que, todos são homens e mulheres de bem; e, com certeza, aprenderam as lições que o seu pai lhes ensinou, com a sua experiência de vida, com o seu trabalho, com o suor do seu rosto. Isto é importante, para ser mostrado aos filhos todos os dias, para que eles percebam que tudo nesta vida tem um preço.
     Não é todo dia, que se completa setenta anos, e olhar de cima desta montanha de anos e ver que, tudo que se fez nesta vida valeu à pena é, sem dúvida, o melhor presente que a vida pode dar a uma pessoa. E quando se tem dezesseis netos e um bisneto, que ainda vão aprender muito, com este grande pai de família, que ainda tem muito a ensinar, é mais do que especial. A admiração que estes meninos têm por este grande homem, a alegria que eles sentem por ele, isto, não tem preço: Este é o seu presente Doca, uma família maravilhosa, muitos amigos, e ainda, muita saúde, para viver mais setenta anos. Por isso tudo, todo mundo hoje veio lhe dizer: Parabéns. Seja cada dia mais feliz, hoje e sempre.

 
 
JOANA RODRIGUES
Enviado por JOANA RODRIGUES em 21/01/2013
Alterado em 21/01/2013
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